sexta-feira, setembro 09, 2005

Sonhar

Paisagem da patagónia Argentina - Bahia Onnely - Foto por M.

Esta fotografia faz-me lembrar um texto de que gosto muito. É a letra de uma música cantada pelo Chico Buarque e pela Maria Bethania... reza assim:

Sonhar... mas um sonho impossivel. Lutar... quando é fácil ceder. Vencer... o inimigo invencivel. Negar... quando a regra é vender. Sofrer... a tortura implacável. Romper... a incabivel prisão. Voar... no limite improvável. Tocar... o inacessivel chão.
(...) E Assim, seja lá como fôr, Vai ter fim a infinita aflição e o mundo vai ver uma flôr, brotar do impossivel chão

quarta-feira, setembro 07, 2005

A Solidão do Mar

Farol em Canal Beagle - Foto por M


Preciso de um farol.
Há tempos aparelhei o meu barco da ilusão e lançei-me no desafio de criar um negócio próprio.
Disse adeus à segurança e conforto de um salário no final de cada mês e sobretudo abandonei a paz e as certezas que a repetição dos dias nos dá.
Lançei-me pronto para a aventura, para o desafio, para a tormenta... naveguei na ilusão de que o pior que poderia encontrar era o fracasso, e por isso pronto para remar, soprar, correr, lutar para que o vento não me virasse o barco.
Mas hoje não sopra o vento, não há tempestade, o barco não mete água... tudo está assustadoramente pacífico... aguas que não mexem e não me levam para terra alguma... agora tenho que remar.... escolher um rumo e remar... com disciplina continuamente a remar... mas faltam-me forças...
Se ao menos houvesse um farol... uma luz cada vez mais próxima... um recife a evitar.

terça-feira, setembro 06, 2005

Pai Meu, que estais no céu!

Norte da Galiza, Espanha - Foto por M.

Partiste. ´
Fez há poucos dias 2 anos... 2 anos que tu partiste, demasiado cedo, demasiado depressa. Pediste-nos para continuar... A vida continua disseste... e assim fiz.
Mantive a normalidade do quotidiano, a visita semanal aos avós, a rotina dos telefonemas semanais. Acrescentei-lhe os novos ritmos do casamento - uma nova familia, somei-lhe um desafio que não somarias e despedi-me para criar o meu emprego...
Continuei com a vida, mudando-a... moldando-a a um passo de quem quer continuar para não enfrentar a realidade crua da tua Ausência.
Como se fosse possivel fugir... trago comigo a tua voz a chamar-me ruço, as caminhadas apressadas rua dos soeiros acima a caminho da luz, os passeios em silêncio pela praia, as explosões quando a situação estava fora do teu controlo... Vives dentro de mim, Pai.
Por mais que eu mude, por mais que eu continue... fazes-me falta... Tu... e o teu abraço...